De volta ao Acordo de Paris, EUA quer reduzir emissões de carbono pela metade até 2030
Meta dobra o compromisso firmado por Barack Obama nos anos 2000 e em tese coloca o país na rota para zerar suas emissões até a metade do século
Não é preciso ser um especialista em política para perceber as diferenças drásticas que separam o atual governo de Joe Biden da administração anterior nos Estados Unidos, mas além da vacinação galopante um ponto crucial de separação é a relação com os temas ambientais. E depois de ter retomado o Acordo de Paris logo após a inauguração de sua presidência, o chefe do executivo estadunidense nesta quinta (22) confirmou uma nova meta ambiciosa para o país: cortar pela metade as emissões de carbono até 2030.
O plano de fato envolve chegar a entre 50 e 52% do volume de gases do tipo produzido pelo país em 2005. A barra é alta e amplia o comprometimento feito pelo ex-presidente Barack Obama durante seu mandato, quando então ordenou a redução da emissão de carbono para entre 26 e 28% do produzido em 2005 para 2025. Além disso, ela acontece logo após a presidência de Donald Trump, que tirou o país do Acordo de Paris e promoveu todo tipo de alteração retroativa a regulamentações ambientais durante o governo.
O tempo corre, claro. Junto da China o país responsável pela maior taxa de emissão de carbono no planeta, os EUA não apenas precisam reduzir pela metade esse volume até o fim da década como deve chegar à metade do século com a porcentagem quase zerada para prevenir o mundo de sofrer os piores impactos do aquecimento global. E isso é algo que a ciência aponta pelo menos desde 2018.
A expectativa é que mais países façam compromissos do tipo nas próximas horas, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima de 2021.