O modelo de negócio do Google (e do Twitter) é prever o futuro?
Navegando por aí, lendo uma notícia, ouvindo um podcast, descobri que o Google tem o cargo de Chief Economist, ocupado pelo professor Hal Varian da Cal. A principal função do Professor Varian é ajudar a empresa a apertar os parafusos virtuais e equações do AdWords e chefiar a cultura do Google de que “data has no agenda”: é testando pequenas alterações com uma parcela dos zilhões de usuários do site que o site evolui gradualmente.
Só que no final da semana passada Varian declarou que a economia dos EUA começa a dar sinais de recuperação. Como ele sabe? Vendo uma mudança nos termos buscados pelas pessoas no Google. Foi mais ou menos nessa hora que minha cabeça explodiu. Quando você tem 70% do mercado de buscas nos EUA (e 89% no Brasil), mais um Chief Economist capaz de fazer um datacrunch correto de tudo que passa pela caixa de busca, o que você tem é um pé no futuro, no sentido literal. Seus investidores e diretores tem acesso ao sentimento das pessoas, em tempo real.
E busca em tempo real é o grande trunfo do novo queridinho da garotada, o Twitter. Se você quer decidir se deve investir na Acme Bigornas você não vai ao Google que traz as informações mais relevantes sobre a Acme. Você vai ao Twitter, que traz as informações mais recentes sobre a empresa. Em tempo real. Também é lá que você, com as ferramentas certas, vai medir o humor das pessoas com twittadas como “procurando um apê maior” e saber que isso é um ótimo sinal (quando repetido milhares de vezes) de que a economia parece melhorar. Ao ver mais e mais twittadas do tipo “preciso de uma bigorna maior para pegar esse maldito Papa-Léguas” vai saber que é a hora certa de investir na Acme.
Seria essa a explicação da calma dos investidores-chefe do Twitter em gerar um modelo de negócio? Eles não precisam de um modelo de negócio. Eles tem na mão uma gigante e poderosa bola de cristal.