Representatividade da comunidade LGBT+ na TV norte-americana aumentou, segundo a GLAAD
Relatório da ONG mostra que séries e programas de TV aberta, a cabo e por streaming estão aumentando a diversidade dos personagens representados
Seria um erro dizer que o ano foi tranquilo para a comunidade LGBT+ nos Estados Unidos (ou no mundo). Mas um relatório da ONG GLAAD (Gay & Lesbian Alliance Against Defamation) traz um dado interessante e esperançoso sobre a TV do país: a representação LGBT+ considerando TV aberta, a cabo e streaming registrou um recorde de 8,8%.
Isso significa que de todos os personagens regulares que apareceram na TV em 2018, 8,8% representava a comunidade LGBT+. A porcentagem ainda é pequena, mas é a maior alcançada até hoje. Em 2017, esse número ficou em 6,4%.
Existem outros sinais notáveis de progresso. Segundo o relatório, em 2018 há mais personagens LGBT+ negros que brancos na televisão aberta. Esta é a primeira vez que isso acontece desde que a GLAAD produz o relatório, há mais de sete anos.
Entre os serviços de streaming, a Netflix possui o maior número de personagens LGBT+ com 88. Esse número é quase o dobro do que era em 2017. Já a rede FX tem o maior número na TV a cabo.
Outro ponto de destaque é que os programas com personagens LGBT+ tiveram um bom desempenho tanto com a crítica quanto com o público. A série “POSE”, da FX estreou em junho deste ano com o maior número de personagens trans regulares em uma série na história.
Já entre os pontos negativos analisados pelo relatório, temos algumas lacunas. Os gays, por exemplo, representam 42% dos personagens LGBT+, enquanto personagens lésbicas representam apenas 25% e os bissexuais, 29%, o que não representaria a realidade da comunidade, já que pelos dados da GLAAD, os bissexuais compõem a maioria da comunidade LGBT+.
Ainda assim, o relatório apresenta um notável sinal de progresso em um ano delicado. A GLAAD estima que nos próximos dois anos, a representatividade deve chegar a 10%.
A ONG ainda projeta que a próxima temporada de transmissão incluirá 22% de negros, 8,8% de LGBT+, 8% de latinos e 8% de asiáticos.