Biblioteca Pública de Nova York vai parar de cobrar multas por atrasos na devolução de livros e materiais
Multas pendentes no departamento também serão canceladas para permitir que membros de comunidades mais vulneráveis tenham acesso ao acervo
A Biblioteca Pública de Nova York vai parar de cobrar multas por atrasos na devolução de livros e materiais de seu acervo. A informação foi divulgada na última terça-feira (5) pela prefeitura da cidade e visa sobretudo acessibilidade: de acordo com os responsáveis pela entidade, a cobrança de multas não trazia contribuições à receita pública e barrava indiretamente o acesso de comunidades marginalizadas.
No anúncio à imprensa, o prefeito Bill de Blasio chegou a verbalizar que “Eliminar multas nos permitirá servir ainda mais nova-iorquinos, permitindo a eles aproveitar os recursos e programas que bibliotecas públicas oferecem para crescer e se tornar bem sucedido”. Já no site oficial da entidade, o presidente Tony Marx escreve que pesquisas comprovaram aos olhos da NYPL como multas por atraso na devolução não garantem uma maior eficiência na responsabilidade dos frequentadores, mas afastam a parcela do público mais vulnerável por questões econômicas.
“Esta é a antítese de nossa missão de tornar o conhecimento e oportunidade acessíveis a todos, e precisava mudar” comenta ainda Marx; “Conforme Nova York luta contra desigualdades reforçadas pela pandemia, é mais do que urgente que nós tenhamos que garantir que a biblioteca pública seja aberta e disponível a todos”.
Ainda de acordo com a Biblioteca Pública, o público ainda terá que pagar multas em caso de perda e extravio de livros e materiais emprestados, o que pode acontecer caso se demore mais de um mês para retornar o empréstimo – o que é interessante pois, nas novas regras, se ele voltar a multa desaparece.
Enquanto o anúncio acompanha a reabertura recente da biblioteca, ocorrida no último mês de julho, e vale também para as divisões em Manhattan, no Bronx, em Staten Island e no Queens, ele integra a NYPL a manobras tomadas nos últimos anos por órgãos correspondentes em cidades como São Francisco, Chicago e Filadélfia – mas considerando que a Biblioteca Pública de Nova York é a quarta maior do planeta, a adesão é muito mais significativa. Isso se repara também nos números: de acordo com a CBS, mais da metade dos quatrocentos mil habitantes de habitantes da cidade que são membros da entidade e tiveram seu cartão bloqueado por dever mais de 15 dólares em multas vivem em comunidades marginalizadas na região.