O Labirinto do Fauno *****
Às vezes me surpreendo ao ver uma como uma história simples pode ser contada de forma inesquecível. Quero dizer, não tão simples assim, já que “O Labirinto do Fauno” é uma sombria fábula para adultos, que abre espaço para discutir temas sociais e fazer alegorias políticas.
A mistura do real e fantasia deixa claro o constraste entre esses dois mundos. Coloca a ficção sendo usada como fuga, para em seguida mostrar a realidade inescapável. Poético ao mesmo tempo em que é violento. Lúdico ao mesmo tempo em que é escatológico.
Dirigido por Guillermo del Toro (“Hellboy”), “O Labirinto do Fauno” é como um “Peixe Grande” pessimista, onde a fantasia e o extraordinário são usados para provar que, sim, o mundo é cruel.
Tecnicamente impecável, del Toro usa o que aprendeu na máquina de moer hollywoodiana (livrando seu filme dela, logicamente) e constrói um visual fantástico, com uma bela fotografia e linda trilha sonora (que você pode ouvir inteira aqui), composta por Javier Navarrete.
Não por menos, “O Labirinto do Fauno” é a aposta do México para filme estrangeiro no Oscar 2007. Uma pérola escondida (infelizmente) nos cinemas, da qual você não vai sair ileso.