Jogos que exploram a política no Brasil fazem sucesso
Os chamados newsgames já atraem milhares de jogadores no país
Que o brasileiro tem o dom de rir da própria desgraça não é novidade, por isso mesmo pode não parecer tão inovador assim a variedade de jogos que surgem usando histórias da política como enredo. Mas que eles valem a pena conhecer, isso valem!
Como mostrou um artigo da Folha de SP, o game mais recente, lançado em setembro, é o “Recupere o Dinheiro de Gededel”, que explora a situação do ex-ministro Geddel Vieira Lima, acusado pela Polícia Federal de manter R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador. No game, o personagem é Gededel, que corre tentando salvar seu dinheiro e evitar a prisão.
O jogo foi criado por três jovens da Bahia e está disponível para os sistemas Android e iOS (em breve). O número de downloads já ultrapassa os 5 mil.
A ideia de games que exploram a política nacional já foi usada antes. Em 2015, o game “Vale Tudo”, criação de Alex Leal, da Lizards Games, e que trazia a disputa entre Dilma Rousseff e Eduardo Cunha seguindo o modelo clássico de luta de jogos como Mortal Kombat.
No ano passado, o jogo “do momento” foi o “Super Impeachment Rampage”, lançado pelos estúdios Nebulosa e Black Hole e que obteve mais de 500 mil jogadas com o avatar de Dilma em sua corrida para desviar de manifestantes, coxinhas, políticos e o impeachment.
A versão “Super Impeachment Rampage Apocalypse” chegou esse ano. Nele, o presidente Michel Temer percorre cenários que representam o apocalipse para evitar as denúncias contra si e a renúncia.
Já o “Dória Ovacionado” segue o modelo do famoso “Angry Bird” e possui versão apenas para web. Nele, o prefeito de São Paulo, João Dória Jr. é o alvo do jogador, que precisa acertar ovos em Dória e também no Deputado Federal Jair Bolsonaro.
O jogo remete ao episódio em que Dória levou uma ovada durante visita a Salvador e já tem quase 500 mil jogadas.
Outros jogos seguem a mesma linha tendo Aécio Neves, Lula e, óbvio, o pato amarelo da Fiesp (aquele quem simbolizava que quem “paga o pato é você”).
Enquanto esse nicho cresce e ganha até nome próprio, Newsgames, políticos e suas assessorias sequer conhecem a existência de tais jogos, ou se recusam a falar sobre o assunto.
