Com realidade aumentada, aplicativo traz obras de arte de museu aos dias de hoje
Uma Noite no Museu nunca foi tão real
É um desafio constante para museus tradicionais criar interesse renovado por seu acervo, chamando a atenção de um público cada vez mais jovem para obras de arte cada vez mais antigas. Nesse sentido, a tecnologia pode ser uma boa ferramenta para atrair novos visitantes ou mesmo proporcionar um novo olhar sobre produções artísticas, como foi o caso do ilustrador londrino que usou o FaceApp para alegrar o dia de algumas peças do Rijksmuseum, na Holanda.
Quem resolveu se aventurar por esse campo agora é a Galeria de Arte de Ontário, no Canadá, que desenvolveu um aplicativo de realidade aumentada para “modernizar” alguns dos quadros exibidos em seu espaço. Mas a ideia tem umas reviravoltas no mínimo intrigantes, como o vídeo abaixo bem demonstra.
Intitulado ReBlink, o aplicativo faz ora ou outra algumas piadas com os hábitos cotidianos de hoje nas adaptações dos quadros, como o retrato “La marchesa Casati” de Jean de Gaigneron que na versão “contemporânea” aparece com um pau de selfie tirando várias fotos de si. Outras obras mostram os retratados tirando fotos do público, com produtos de marca no lugar dos alimentos ou (no que deve ser o ápice da exposição na experiência em RA) aparecendo em quadros alheios para tirar uma foto de grupo.
Segundo o responsável pelo desenvolvimento app, o artista digital Alex Mayhew, o ReBlink é acima de tudo sobre justaposição de realidades. Em uma entrevista concedida ao Financial Post, ele diz que “ao olhar para o passado com a lente dos dias de hoje, você consegue criar um link com o passado. E ao que parece o passado pode nos prover uma compreensão do presente”. É uma discussão que reflete o tema mais geral do programa, que o próprio Mayhew classifica na publicação como “passado vs. presente”.
Disponível desde o dia 7 de julho, o ReBlink continuará na Galeria de Arte de Ontário até 3 de dezembro e pode ser baixado gratuitamente no Android e no iTunes.