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A (r)evolução é preta

Gente #24

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O novo episódio do podcast fala sobre afrofuturismo, black money e negritude contemporânea

Você já ouviu falar de ubuntu? Essa é uma daquelas palavras de difícil tradução. De origem sul-africana, ela carrega uma reflexão filosófica a partir do seguinte ponto: ‘eu sou porque você é’.

Filosofia de preto, o ubuntu é, na prática, sobre cooperação. E essa é uma das chaves mais importantes para sacar de onde vem a potência da revolução preta que estamos atravessando. Eu explico:

O ubuntu é revolucionário quando absorvido por comunidades marginalizadas. E as favelas brasileiras – de população majoritariamente preta – sempre tiveram na cooperação e no senso de comunidade a sua maior potência.

E essa força já gerou enormes mudanças…

Quer um exemplo?

Basta se ligar em como a cultura negra se transformou no maior centro de influência artística do país. Os pretos brasileiros já não precisam mais do aval de ninguém para legitimar suas existências. O mundo é que tem que correr atrás.

Mas ainda tem muita coisa pra acontecer – e pra ser revolucionada – nessa história. O ubuntu é um caminho para um outro conceito central da negritude contemporânea: o afrofuturismo.

Já ouviu falar, né

A cidade de Wakanda, da Marvel, ganhou espaço no imaginário de todo mundo quando a gente pensa sobre o termo. Mas a real é que afrofuturismo não é ficção, mas sim um jeito de transformar a realidade. O preto como protagonista, aliado à tecnologia, à ciência e ao poder.

A ideia de black money, por exemplo, tem tudo a ver com isso.

Se liga:

Nos anos 90, uma pesquisa norte-americana descobriu que enquanto 1 dólar circulava por 30 dias dentro da comunidade asiática, na comunidade negra esse período se resumia a seis horas. Ou seja: o dinheiro saia das mãos dos consumidores negros, mas não chegava aos empreendedores negros.

black money é uma estratégia para mudar isso e propor que a comunidade se retroalimente, se fortaleça. Compre do preto.

Ubuntu.

Enquanto isso…

No Brasil, um empreendedor preto tem os seus pedidos de crédito negados três vezes mais do que um branco. Construir uma rede comunitária que drible os racismos institucionais é um gatilho gigante para fazer das ideias afrofuturistas realidade.

E essa ferramenta ganha ainda mais força quando a gente se lembra que o maior grupo demográfico do Brasil é o de mulheres negras. Que são, sim, massacradas pelo sistema. Mas resistiram, resistem e revolucionam. E ainda empreendem.

A existência preta não é (só) composta por tragédias.

O debate público já está sendo mais pautado pela necessidade de diversidade – mas precisamos agora converter isso em mais dinheiro, mais poder e mais saúde para o povo preto brasileiro.

E é sobre isso que Túlio CustódioKatiúcha WatuzeLuiz Felipe Sá e Rafaelle Seraphim vão trocar uma ideia com você hoje.

Vem com a gente!