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Representatividade negra

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Uma conexão Globosat

Os dados mais recentes do IBGE mostram que a população negra está em desvantagem no Brasil em diferentes âmbitos sociais como político, acadêmico e econômico, por exemplo. Os números ainda mostram que, apesar de representarem 51% da população, apenas uma em quatro pessoas que consegue um diploma no ensino superior é negra. Para discutir esse cenário e falar de atuação na comunicação e na tecnologia, o sociólogo Túlio Custódio é o responsável por comandar a conversa que conta com a participação de três mulheres que têm o que falar. Maria Rita Casagrande é desenvolvedora e trabalha com tecnologia há mais de 20 anos, a jornalista e empreendedora Monique Evelle estuda marcas e a atuação delas no mercado. Já Isabel Aquino é publicitária e responsável pelo TODX, um mapa da representatividade de gênero e raça na publicidade.

O trio levanta a discussão em cima da síndrome do impostor, que acontece quando as pessoas não aceitam que elas podem fazer e chegar onde quiserem. Para Isabel, “a representatividade é um lugar muito solitário”, aonde as pessoas precisam lutar constantemente para tentar mudar uma pequena parte do todo. A conversa também gira em torno de marcas e da importância em se discutir o papel dos negros na tecnologia.

“As marcas não vão parar de financiar eventos e campanhas com baixa representatividade negra, existe uma coisa maior por trás. Ouvi recentemente que o racismo é maior que o capitalismo e é um ponto importante para pensarmos”, afirma Isabel. Por fim, Maria Rita também levanta as questões que envolvem os algoritmos. “As empresas precisam se responsabilizar pelos dados. É necessário muito esforço para a gente mudar coisas simples, como um buscador trazendo resultados reais. Quem produz esses algoritmos diz muito o que vai ser o futuro”, conclui.

Tulio ainda pede a opinião das convidadas em uma questão crucial: Por que importa falar sobre representatividade negra e sobre a integração de negros na sociedade? Para Isabel “somos mais propensos a ser o que vemos, acho que representatividade é você conseguir ver narrativas empoderadas em diversos perfis na mídia. Assim vamos criar referências para crianças e jovens. Para Monique, é importante continuar falando sobre o tema “uma vez que as intelectualidades negras precisam ser ouvidas de verdade e não apenas estudadas nas faculdades”, explica. Já Maria Rita afirma que “se pararmos de brigar por representatividade, nossa história voltará a ser contada por um grupo que não viveu isso. E aí a nossa história vai ser como eles quiserem. Esse para mim é o ponto mais inaceitável”, finaliza.

Vem pra conversa.